Uma roda de estudantes, professores, investigadores e artistas e entre eles lãs, novelos, rocas, tecidos, agulhas, teares, fios e uma pergunta por onde pegar: como fazer ciência viva e criativa?
O desafio partiu de Ana Veiga, investigadora brasileira: se concordamos que a Academia formatou demasiado os seus textos e processos e que é necessário devolver à escrita científica uma ligação à emoção, ao corpo, ao material, porque não criamos um espaço de experimentação que ajude a oxigenar a produção científica? Concordamos. No IELT estudamos as literaturas de tradição oral, os saberes e fazeres da cultura popular, a ligação entre tradição e modernidade, matérias tradicionalmente marginalizadas pela Academia e que tanto nos têm ensinado sobre a importância do sensorial e do corporal na aquisição do saber.
E assim nasceu a oficina Fiar a escrita: exercícios e experimentações para um escrever ciência. Objetivo: colocar as artes manuais e literárias ao serviço da escrita académica. Metodologia: aliar os ensinamentos da escrita criativa e da narração oral a uma prática artífice e sensorial da escrita, promovida no contacto com as manualidades e com as histórias contadas e explorada num “esquizodrama de fiação”.