O Fausto de Pessoa e outros
O colóquio O Fausto de Pessoa e outros decorre online, pelas 10h15, no próximo dia 5 de novembro.
O mito de Fausto é, desde as suas primeiras manifestações literárias, uma representação do que no desejo de conhecimento é o conhecimento dos limites e a tentativa de os superar, em que cada passo é um passo em falso deslocando o desconhecido inicial. É também a descoberta do não-saber que acompanha todo o saber (científico, tecnológico, filosófico). É ainda a representação do pensamento como jogo, no qual a vida se compromete e se joga também. Nesse sentido, ao procurar escrever no século XX um Fausto, Fernando Pessoa iniciava, no caminho já percorrido por Browning, um novo género modernista, o do poema dramático, e na linha por outros também seguida nesse século (de Valéry a Thomas Mann), apresentar ao seu tempo um “novo” Fausto.
O poema dramático em que Pessoa pensa e que deixa inacabado é, na sua reformulação de temas do romantismo, um desafio que ele não pôde dar por terminado, concluindo-o, embora a obra, no seu inacabamento, tenha aberto rumos para a literatura, nomeadamente para a literatura em português, conferindo-lhe novas propriedades que são, segundo pensamos, rastreáveis a partir de um ponto de observação que é o nosso, de hoje.
A organização do encontro está a cargo de Patrícia Soares Martins, Fernando Guerreiro e Golgona Anghel.
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