Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental


LITESCAPE.PT – Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental tem como missão estudar a literatura portuguesa ou de língua portuguesa publicada entre meados do século XIX e a atualidade, no sentido de nela identificar as descrições de paisagens relativas ao território de Portugal Continental.

O projeto foi iniciado em 2010, pensado, estruturado e coordenado até 2017 por Ana Isabel Queiroz. A sua motivação era usar a literatura como fonte para o conhecimento da paisagem no território nacional, bem como a sua evolução. Do projeto nasceu uma base de dados e uma aplicação web, onde foram registadas todas as informações das “leituras” dos mais de 30 colaboradores do projeto. Foram também publicados vários e-books e artigos em revistas científicas com avaliação por pares, nacionais e internacionais. O projeto desenvolveu também outras atividades conexas, como colóquios, conferências, workshops e a coordenação de uma comunidade de leitura.

Desde 2018, o projeto é coordenado por Natália Constâncio e Daniel Alves, tendo sido iniciado um esforço de atualização da estrutura tecnológica do mesmo, com novas linhas temáticas de investigação (nomeadamente sobre poesia) e novas parcerias com colegas de outros centros de investigação, mas também com um público mais diversificado que tem aderido à ideia de juntar o gosto pela leitura com um maior conhecimento do território.

O LITESCAPE.PT tem como por objetivos:
– Ligar a literatura ao território, potenciando a recíproca valorização das obras literários e das paisagens nelas representadas, e contribuindo para o lazer e o turismo;

– Contribuir para o conhecimento do património natural e cultural, elementos-chave das identidades locais e regionais;
– Concorrer para a literacia ambiental (padrões e processos ecológicos associados às paisagens atuais);
– Contribuir para a implementação de Convenção Europeia da Paisagem (objetivos de qualidade paisagística).

O projeto desenvolve atividades descentralizadas através de uma equipa de investigação interdisciplinar. Cada colaborador contribui com leituras de obras específicas, recolha de excertos e a sua classificação em termos temáticos e geográficos. Para isso é usada uma base de dados online, partilhada e colaborativa. Entre outras metodologias, são usados métodos quantitativos e sistemas de informação geográfica para a análise dos registos da base de dados.

Este projeto pretende fazer uma utilização integrada de métodos de “close reading” e “distant reading”, com uma significativa utilização de análise estatística e de uma abordagem geográfica, que tradicionalmente não está presente noutros projetos semelhantes. 

Entre 2010 e 2015 o projeto foi financiado no âmbito do contrato Ciência da Ana Isabel Queiroz, pelo IELT – Instituto de Estudos de Literatura e Tradição e pela EGEAC. Atualmente conta com o apoio pontual à investigação concedido no âmbito dos planos estratégicos do IELT e do IHC. Têm ainda como parceiro a Fabula Urbis e a Fundação Eça de Queiroz.

Equipa:
Ana Campo Grande, Ana Isabel Queiroz, Ana Lavrador, Ana Tavares, Ângela Pardelha, Carlos Augusto Ribeiro, Catarina Rocha, Cátia Ramalhinho, Chiara Spadaro, Cristina Oliveira, Daniel Alves, Fernanda Cunha, Filipa Soares, Helena Lopes, Helena Simões, Ida Alves, Irene Fialho, Isabel Alves, Isabel Ferreira, Joana Portela, João Banha, João Carrilho, João Eduardo Ferreira, Liliana Salvador, Margarida Fernandes, Miguel Queiroz Martinho, Natália Constâncio, Nuno Ivo, Oriana Alves, Paula Morgado Sande, Paula Ribeiro, Paula Sande, Rita Baleiro, Sara Cerqueira Pascoal, Sílvia Quinteiro, Simion Doru Cristea e Teresa Portas.

Publicações produzidas no âmbito do projeto:
Alves, D. and Queiroz, A.I (2013). “Studying Urban Space and Literary Representations Using GIS”. Lisbon, Portugal, 1852-2009. Social Science History, Volume 37, Number 4: 457-481 DOI: 10.1215/01455532-2346861

Alves, Daniel, Queiroz, A.I. “Exploring Literary Landscapes: From Texts to Spatiotemporal Analysis through Collaborative Work and GIS”. International Journal of Humanities and Arts Computing 03/2015; 9(1):57-73. DOI: 10.3366/ijhac.2015.0138

Cunha, Fernanda. «Levantado do Chão, através do “Atlas das Paisagens Literárias”». Paisagem Quase, Conferência organizada pelo IELT e a Fundação José Saramago, NOVA FCSH, 5 de maio de 2011. (apresentação).

Cunha, Fernanda. A Paisagem e as palavras que lá estão. Levantado do Chão, um romance político. Colecção À Mão de Respigar, 46. Lisboa, Apenas Livros, 2012.

Lavrador, A. e Tavares, A.C. “A literary ride through Bacchus’ landscapes. Enometrics XVIII”, Angers (França). 18 – 21 May (apresentação em congresso)

Lavrador, A. e Tavares, A.C. “Cultural and sensorial trips through portuguese winegrowing regions”. 34º Congresso Mundial da Vinha e do Vinho e a Assembleia Geral da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho), Edifício da Alfândega, Porto. 20 a 27 de junho (artigo submetido).

Lopes-Fernandes, Margarida, Soares, Filipa, Frazão-Moreira, Amélia & Ana Isabel Queiroz (2016) “Living with the Beast: Wolves and Humans through Portuguese Literature”, Anthrozoös, 29:1, 5-20. DOI:10.1080/08927936.2015.1060056

Queiroz, A.I., Alves, Daniel, “Walking Through the Revolution: A Spatial Reading of Literary Echoes”. Journal of Social Science Education 06/2015; 14(2). DOI: 10.2390/jsse-v14-i2-1351

Queiroz, A.I., Fernandes, M.L. and Soares, F (2013). “The Portuguese Literary Wolf”, Literary and Linguistic Computing. doi: 10.1093/llc/fqt069

Queiroz, Ana Isabel & Alves, Daniel. Lisboa, lugares da literatura. História e geografia na narrativa de ficção do século XIX à actualidade. Colecção À Mão de Respigar, 44. Lisboa, Apenas Livros, 2012. [ISBN 978-989-618-365-3]

Queiroz, Ana Isabel & Carrilho, João. «Stone Metafors about a Village: a “Stone Vessel” or “The most Portuguese”». Ecozon@ 2 (1) (2011): 19-33.

Queiroz, AI, Soares, F (2016). “Birds in Portuguese literature”, Environment and History 22: 229–254. DOI: 10.3197/096734016X14574329314362

Queiroz, Ana Isabel. «Atlas of the Literary Landscape of Mainland Portugal». 4th EASCLE Conference – Environmental Change – Cultural Change. 1st – 4th September, 2010. University of Bath, UK.

Queiroz, Ana Isabel. «Convite para as paisagens literárias urbanas». As Cidades, 2º workshop de investigação do Programa Gulbenkian Próximo Futuro. 24 e 25 de fevereiro de 2010. Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal.

Queiroz, Ana Isabel. Histórias do lobo nas obras de Aquilino. aquilino 2 (2010): 223-236.

Tríptico do projeto aqui.

 

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Aries: Pemimpin yang Bersemangat

Lahir antara tanggal 21 Maret hingga 19 April, pemilik zodiak Aries dikenal dengan energi yang penuh semangat, dilambangkan oleh Domba dan dikuasai oleh elemen api. Sebagai pemimpin alami, Aries sering menjadi panutan karena sifatnya yang murah hati. Meski keras kepala, mereka selalu siap berkorban untuk orang yang mereka cintai. Dengan karakter yang mudah bergaul, Aries memiliki peluang besar untuk sukses di berbagai bidang. Mari kita bahas lebih lanjut tentang kesehatan, cinta, karier, dan keuangan Aries.

Kesehatan

  • Kecerdasan Adaptif: Meskipun mungkin tidak selalu menjadi yang paling sosial, Aries sangat cerdas dan memiliki kemampuan beradaptasi dengan baik di berbagai lingkungan. Sekitar 70% Aries merasa bahwa kecerdasan ini membantu mereka menghadapi situasi sosial dengan mudah.
  • Pemulihan Kesehatan: Baru-baru ini, Aries mungkin merasa kesehatannya menurun, tetapi kabar baiknya adalah kondisi ini mulai membaik. Sekitar 65% Aries saat ini merasakan peningkatan dalam kesejahteraan mereka, menunjukkan bahwa daya tahan adalah bagian dari sifat mereka.

Cinta

  1. Single: Aries bukan tipe yang suka menghabiskan waktu dengan orang yang tidak cocok. Bahkan, sekitar 75% Aries yang single lebih suka menunggu hingga mereka menemukan seseorang yang benar-benar sesuai sebelum memulai hubungan. Kesabaran ini sering kali menghasilkan hubungan yang lebih bermakna.
  2. Berpasangan: Jika kamu sedang dalam hubungan, perubahan suasana hatimu akhir-akhir ini mungkin membuat pasangan bingung. Sekitar 60% pasangan Aries mengalami fase emosional serupa. Tidak apa-apa untuk mengakui bahwa kamu sedang tidak dalam kondisi terbaik. Membuka diri kepada pasangan tentang masalah yang kamu hadapi bisa menjadi kunci untuk meringankan beban emosionalmu.

Karier

  • Perjalanan Dinas: Pekerjaanmu mungkin akan mengirimmu dalam perjalanan dinas dalam waktu dekat. Sekitar 55% profesional Aries diperkirakan akan melakukan perjalanan terkait pekerjaan tahun ini. Gunakan kesempatan ini untuk menunjukkan kemampuan kepemimpinan dan pemikiran strategismu.
  • Strategi Bisnis: Dalam usaha bisnismu, penting untuk memberi diri waktu dalam merencanakan strategi terbaik. Sekitar 80% pengusaha Aries menemukan bahwa mundur sejenak untuk menyusun strategi berujung pada kesuksesan yang lebih besar. Ingat, rencana yang matang adalah dasar dari setiap usaha yang sukses.

Keuangan

Pertumbuhan Finansial: Kamu berada di ambang menemukan peluang baru, dan saat usahamu mulai membuahkan hasil, tabunganmu akan meningkat secara signifikan. Sekitar 70% Aries melaporkan bahwa situasi keuangan mereka meningkat drastis ketika mereka benar-benar berkomitmen pada tujuan mereka. Bersiaplah untuk aliran pendapatan yang stabil saat kerja kerasmu mulai membuahkan hasil.

Diálogos Portugueses

 

O projeto Diálogos Portugueses tem por objetivo o estudo e a edição de textos produzidos em diálogo, entendido enquanto género.

Desenvolvido pelo CEIL – Centro de Estudos sobre o Imaginário Literário, atualmente um grupo de investigação integrado no IELT, o projeto designou-se na sua fase inicial (2010 a 2013) “Diálogos Quinhentistas” e ocupou-se da edição de textos de Francisco de Melgaço (trad.) (séc. XV), Francisco de Moraes (1500?-1572?) e João de Barros (1496 -1570).

O alargamento do trabalho ao universo dos diálogos em português, ou de autores portugueses, aquém e além de quinhentos, decorreu naturalmente das metas do grupo de trabalho.

A equipa ocupa-se agora de Diálogos Portugueses dos séculos XV aos século XIX, sob a coordenação de Irene Freire Nunes, coadjuvada por outros membros da equipa, no âmbito do grupo de investigação “Estudos Interdisciplinares sobre o Imaginário”. O projeto tem sido desdobrado em projetos parcelares, temáticos, decorrentes do projeto geral. Objetivos:

1. Identificar e localizar textos portugueses, ou de autores portugueses, em diálogo;
2. Editar textos em diálogo;
3. Estudar os textos e o género;
4. Preservar e divulgar o património dialógico português.

A equipa organiza o seu trabalho em função da recolha de dados em várias bibliotecas e do posterior tratamento da informação recolhida. Procura apoios e estabelece contactos e ou parcerias em função dos objetivos do projeto e do material identificado e recolhido. Reorganiza os objetivos de execução do projeto em função dos recursos de que dispõe.

O projeto Diálogos Portugueses diferencia-se por ser o único a ocupar-se do assunto em Portugal e permite identificar aspetos relevantes do imaginário cultural e da pragmática social ao longo do tempo.

O projeto é financiado pelo IELT – Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Comissão Portuguesa de História Militar.

O projeto teve início em 2014 e continua no ativo até hoje. A equipa de trabalho integra professores de várias universidades portuguesas e espanholas e outros investigadores. São eles: Ana Sofia Laranjinha, Carlos Carreto, Elisa Gomes da Torre, Filipe Moreira, Isabel Barros Dias, Isabel Morán Cabanas, Isabel Morujão, Margarida Santos Alpalhão, Maria Teresa Nascimento, Natália Albino Pires, Sofia Vilarigues, Teresa Araújo, Teresa Gonçalves Castro, Maria Barreto Dávila e Eduardo Castro.

Atividades já organizadas e planeadas para o futuro: Em junho de 2016 teve lugar na NOVA FCSH o colóquio “Literatura e Ciência: Diálogos Multidisciplinares”, que contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, e para outubro de 2018 preve-se a realização do colóquio “Literatura e Ciência: Diálogos Multidisciplinares II”, que terá lugar na Universidade Aberta.

Publicações produzidas no âmbito do projeto:
Francisco de Morais, Diálogos ou Colóquios, edição e estudo de Isabel Barros Dias, Ana Sofia Laranjinha, Margarida Santos Alpalhão, IELT, 2016

Diálogo de Robim e do Teólogo, edição e estudo de Irene Freire Nunes e Margarida Santos Alpalhão, IELT, 2016

Isabel Barros Dias, Margarida Santos Alpalhão, Margarida Esperança Pina (coords.), Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Ciência), vol. 11.1 (2017) p. 9-110.

Isabel Barros Dias, Margarida Santos Alpalhão, Margarida Esperança Pina (coords.), «Introdução», Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Ciência), vol. 11.1 (2017) p. 9-12.

Ji-young Huh – «Nouvelles découvertes et littérature : du récit de voyage au dialogue scientifique – Pérégrination et Entretiens sur la pluralité des mondes» Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Ciência), vol. 11.1 (2017) p. 13-23.

Natália Albino Pires, «”Do coquo chamado, scilicet, do coquo comum”: Garcia da Orta em diálogo com a ciência», Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Ciência), n.º 11.1 (2017), p. 25-41.

Teresa Nobre de Carvalho, «A figura de Garcia de Orta traçada pelo Conde de Ficalho. Os diálogos entre o biógrafo e Colóquios dos Simples», Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Ciência), n.º 11.1 (2017), p. 43-71.

Teresa Araújo, «Ensinar por decreto e por “diálogo”: manuais oratorianos dos meados de Setecentos», Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Ciência), n.º 11.1 (2017), p. 73-88.

Carlos Fiolhais, «Os Diálogos Filosóficos do padre teodoro de Almeida», Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Ciência), vol. 11.1 (2017) p. 89-110.

Margarida Esperança Pina, «[recensão crítica a] Teresa Nobre de Carvalho, Os desafios de Garcia de Orta. Colóquio dos Simples e Drogas da Índia, Lisboa, Esfera do Caos, 2015, 263 pp.», Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía, n.º 11.1 (2017), p. 2224-227.

Margarida Santos Alpalhão, «O Diálogo de Robim e do Teólogo e a política na Idade Média portuguesa», Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Política), n.º 10.2 (2016), p. 13-25

Isabel Barros Dias, «Os primórdios do reino de Portugal. Argumentação e Política no “Diálogo Segundo”, de Pedro de Mariz», Limite. Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía (caderno temático: Diálogo e Política), n.º 10.2 (2016), p. 77-107

Margarida Santos Alpalhão e Isabel Barros Dias, «Diálogos Portugueses: contributo para um catálogo (Idade Média-século XVIII)», eHumanista, n.º 33 (2016), p. 457-518.

Isabel Barros Dias, «O «Diálogo Terceiro» de Francisco de Moraes: paródia de costumes e censura», in Helder Godinho (dir.) e Margarida Alpalhão, Isabel Barros Dias e Carlos Carreto (orgs), Da Letra ao Imaginário. Homenagem à Professora Irene Freire Nunes, Lisboa, CEIL – FCSH, 2013, p. 453-463.

Margarida Santos Alpalhão, «Em torno da censura da obra de Francisco de Moraes: a propósito do seu “Dialogo Primeiro”», in Helder Godinho (dir.) e Margarida Alpalhão, Isabel Barros Dias e Carlos Carreto (orgs), Da Letra ao Imaginário. Homenagem à Professora Irene Freire Nunes, Lisboa, CEIL – FCSH, 2013, p. 475-490.

Natália Albino Pires e Teresa Castro, «Ropicapnefma revisitada nos alvores do século XXI: questões editoriais», in Helder Godinho (dir.) e Margarida Alpalhão, Isabel Barros Dias e Carlos Carreto (orgs), Da Letra ao Imaginário. Homenagem à Professora Irene Freire Nunes, Lisboa, CEIL – FCSH, 2013, p. 491-504.

Ana Sofia Laranjinha, «O «Diálogo Segundo» de Francisco de Moraes, ou como vencer um debate com armas alheias. Contributo para uma nova proposta de datação», in Helder Godinho (dir.) e Margarida Alpalhão, Isabel Barros Dias e Carlos Carreto (orgs), Da Letra ao Imaginário. Homenagem à Professora Irene Freire Nunes, Lisboa, CEIL – FCSH, 2013, p. 439-451.

Bibliografia recomendada:
Reinier Leushuis, Speaking of Love. The Love Dialogues in Italian and French Renaissance Literature, Leiden, Brill, 2017

Ana Vian Herreo, María José Veja e Roger Friedlein (eds.), Diálogo y Censura en el siglo XVI (España y Portugal), Frankfurt, Iberoamericana – Vervuert, 2016

Buron, P. Guénin e C. Lesage (dirs.), Les États du dialogue à L’Âge de l’Humanisme, Tours/Rennes, Presses Universsitaires François-Rabelais / Presses Universitaires de Rennes, 2015

Jesús Gómez, Tendencias del Diálogo Barroco (Literatura y pensamiento durante la segunda mitad del siglo XVII), Madrid, Visor Libros, 2015

M.-P. Bussières (ed.), La littérature des questions et réponses dans l’Antiquité profane et chrétienne: de l’enseignement à l’exégèse, Turnhout, Brepols, 2013

François Cooren e Alain Létourneau (dirs.), (Re)presentations and Dialogue, Amsterdam, John Benjamins Publishing Company, 2012

Maria Teresa Nascimento, O Diálogo na Literatura Portuguesa. Renascimento e Maneirismo, Coimbra, Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, 2011

Denoyelle, Poétique du Dialogue Médieval, Rennes, Presses Universitaires de Rennes, 2010

Florencia Miranda, Textos e Géneros em Diálogo. Uma abordagem linguística da intertextualização, Lisboa, FCG/FCT, 2010

Tríptico do projeto aqui.

[Imagem gentilmente cedida pela Biblioteca Nacional de Portugal: Missal segundo o rito cisterciense, Alc. 249, fl. 29v (detalhe)]

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Ofícios e Artesãos da Ornamentação e Encadernação do Livro

 

Na sequência de uma parceria estabelecida em 2020 entre o IELT e a Câmara Municipal de Lisboa através do Arquivo Municipal, iniciou-se um programa de investigação que se concentra nos procedimentos técnicos de encadernação e ornamentação do livro e na identificação das oficinas e dos artesãos que historicamente se dedicaram e exercem o ofício na cidade de Lisboa. O projeto Ofícios e Artesãos da Ornamentação e Encadernação do Livro debruça-se igualmente sobre a história da impressão e edição na cidade e suas relações com a atividade noutras geografias, criando uma memória sensorial do livro como objeto de colecção e matéria táctil e olfativa, que se ritualiza e se molda em muitos formatos e géneros. 

Os trabalhos estruturam-se em três tarefas:

1. Registar por meios visuais os ofícios que se encontram associados à produção material do livro, nomeadamente as artes de encadernar e dourar, (a) reconhecer os lugares na geografia urbana de Lisboa onde existiam oficinas de encadernação e douração, (b) inventariar as oficinas existentes, (c) inventariar as formas de trabalhar e o vocabulário técnico e comum empregues, (d) captar narrativas e histórias de vida (ingresso na profissão, carreiras); 

2. Inquirir editores, livreiros, leiloeiros, bibliotecários, artistas e outros agentes que fazem a ponte para a dimensão metafísica, estética e ética do livro;

3. Apreender os formatos que o diversificam e são a expressão do livro como um fenómeno pedagógico e estético dos tempos atuais: o livro-objeto, o livro-de-artista, o livro-arquitetura, além do livro ilustrado, o livro-gráfico, a banda-desenhada ou história aos quadradinhos, etc.

Este projeto pretende gerar um acervo visual sobre o fenómeno atual em torno do Livro, produzindo documentários-vídeo, bem como uma plataforma digital que sistematizará os resultados da investigação (em elaboração). A equipa de trabalho é constituída por membros das instituições envolvidas e encadernadores, sob a direção do investigador Luís Sousa Martins.

Algumas ações recentes: 

A) a organização da Conferência “Os artesãos do livro e o espírito militante”, proferida pela Prof.ª Doutora Beatriz Peralta da Universidad de Oviedo (Colégio Almada Negreiros, Campus de Campolide da Universidade Nova de Lisboa, 19 de abril de 2022);
B) a realização e estreia do documentário vídeo Arte no livro, integrado na programação do Festival 5L, Festival Literário Internacional Literatura e Língua Portuguesa (Biblioteca do Palácio Galveias, 5 de maio de 2022);
C) estreia do documentário vídeo Mãos que costuram e vestem Livros, exibido no âmbito do Festival5L Festival Literário Internacional Literatura e Língua Portuguesa (Livraria Férin, 7 de maio de 2021);
D) preparação do número 20 dos  Cadernos do Arquivo Municipal subordinado ao título “O Livro no seu Tempo: Lugares, Matérias, Formas e Técnicas” e com a coordenação científica de Fernando J. Bouza Álvarez (Universidade Complutense, Madrid), João Luís Lisboa (NOVA FCSH) e Luís Martins (NOVA FCSH), estando a decorrer a chamada para artigos.

Bibliografia recomendada:

Almeida, Inês Leonor Costa, 2012, O Livro de Artista: um meio de exploração criativa, Tese de mestrado em ensino de artes visuais, Universidade de Lisboa.
Baraona, Isabel e Catarina Domingues, 2017, Solar, Offset.
Bodman, Sarah e Tom Snowden, 2010, Manifesto for the Book, Bristol, Impact Press at The Centre for Fine Print, Research University of the West of England.
Castleman, Riva, 1994, A Century of Artists’ Books, New York, MOMA
Castro, Lourdes, 2015, Todos os Livros (Catálogo da Exposição), Lisboa, Sistema Solar Crl., Documenta, Fundação Calouste Gulbenkian.
Drucker, Johanna, 2004, “The Artist’s Books as a Rare and / or Auratic Object”, in The Century of Artists’ Books, New York, Granary Books, 1994, 93-120.
Fróis, João Pedro, 2000, Educação Estética e Artística. Abordagens Transdisciplinares, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian
Rothenberg, Jerome e Steven Clay, 2000, A Book of the Book: Some Works and Projections about the Book and Writing, New York, Granary Books.
Silveira, Paulo, 2008, As Existências da Narrativa no Livro de Artista, Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
______, 2001, A Pagina Violada: Da ternura a injuria na construçao do livro de artista, Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Stein, Donna, Robert Johnson, Artists’ Books in the Modern Era 1870-2000: The Reva and David Logan Collection of Illustrated Books, London and Fine Arts Museum of San Francisco, Thames and Hudson.
Thompson,  Jason, 2010, Playing With Books: The Art of Upcycling, Deconstructing, and Reimagining the Book, Quarry Books,
AAVV, 1992, O Colóquio sobre o livro antigo, Lisboa 23-25 de Maio de 1988, Actas, V Centenário do livro impresso em Portugal 1487-1987, Lisboa, Biblioteca Nacional.
Academia das Ciências de Lisboa, 1941-42, Bibliografia geral portuguesa; século XV, Lisboa, Imprensa Nacional, 2 vols.
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Tríptico do projeto aqui.

Imagens eróticas no romanceiro pan-hispânico: catalogação, análise e programação digital

 

O projeto Imagens eróticas no romanceiro pan-hispânico: catalogação, análise e programação digital, iniciado em 2022, integra a plataforma romanceiro.pt e tem como objetivo principal a análise do erotismo, implícito ou explícito, no corpus do romanceiro pan-hispânico, cujo estudo ainda não foi realizado duma forma exaustiva. 

Para este propósito, o trabalho será realizado em duas fases. Primeiramente, terá lugar uma leitura e revisão do corpus do romanceiro antigo e oral moderno a fim de identificar e catalogar as cenas e o simbolismo erótico associado a certos temas romancísticos. Em segundo lugar, será desenvolvida uma base de dados relacional SQL na qual serão organizados os materiais de forma ordenada para a posterior recolha e interpretação. Além disso, serão exploradas as possibilidades de realização de uma marcação semântica, com recurso ao standard Textual Encoding Iniciative (XML-TEI) das palavras ou expressões com sentido sexual.

Este projeto tem como ponto de partida a tese de doutoramento La imaginería en la poesía erótica de los Siglos de Oro (UCM, 2021), na qual foi realizado um comentário de perto de quinhentos e cinquenta poemas e mais de três mil imagens sexuais. Com base na abordagem teórica e metodológica aqui desenvolvida e nos resultados obtidos nesta investigação, partir-se-á para a procura de duplos sentidos sexuais no corpus do romanceiro.

Para a primeira etapa do trabalho, que será desenvolvida no IELT – NOVA FCSH e, em particular, na citada plataforma de investigação romanceiro.pt, foram fixadas três tarefas principais:

1. Revisão do corpus do romanceiro português a fim de selecionar os textos a analisar;
2.
Criação da estrutura de base de dados SQL apropriada para a organização e armazenamento dos dados a obter;
3. Alimentação da base de dados com os resultados da análise do corpus selecionado.

Imagens eróticas no romanceiro pan-hispânico: catalogação, análise e marcação digital é um projeto financiado ao abrigo de um contrato “Margarita Salas para la recualificación de jóened doctores (CT31/21)”, financiado pelo Ministério das Universidades de Espanha. O seu desenvolvimento, a cargo do investigador Álvaro Piquero e com a supervisão de Sandra Boto e Pere Ferré, investigadores responsáveis do romanceiro.pt, terá a duração de dois anos: o primeiro consiste numa estadia de investigação no IELT – NOVA FCSH, enquanto o segundo terá lugar no Departamento de Literaturas Hispânicas e Bibliografía da Universidad Complutense de Madrid.

The Golden Age of the Romancero: Echoes of traditional ballads in Medieval and Early Modern Spanish Literature

 

O principal objetivo do projeto The Golden Age of the Romancero: Echoes of traditional ballads in Medieval and Early Modern Spanish Literature (GOLDEN-Rom)* iniciado em 2021 é estudar a interpolação de romances na literatura espanhola dos séculos XV, XVI e XVII. Articula-se com o projeto Revisões literárias: aplicação criativa de romances velhos (RELIT-Rom) do IELT que visa o mesmo propósito na literatura portuguesa.

O objetivo final da associação dos projetos GOLDEN-Rom e RELIT-Rom é constituir um arquivo crítico dos testemunhos da convergência dos romances nas literaturas peninsulares entre os séculos XV e XVII e dos efeitos complexos e multifacetados produzidos pelas interpolações romancísticas nos novos contextos literários. Neste sentido, contribuirá para o conhecimento da antiga circulação erudita dos romances na Península e para uma renovada leitura das obras que integraram os versos das baladas.

GOLDEN-Rom tem como ponto de partida a coleção de 2.000 citações e alusões a romances constituída pela filóloga espanhola María Goyri, que se conserva na Fundación Ramón Menéndez Pidal. María Goyri inspirou-se no trabalho realizado por Carolina Michaëlis de Vasconcelos em Romances velhos em Portugal (publicado inicialmente entre 1907 e 1909), onde se reúnem várias centenas de referências a romances na literatura portuguesa. O inventário de Goyri permanece inédito e necessita da revisão, ampliação e atualização que o de Vasconcelos suscitou ao projeto RELIT-Rom (atualmente, este encontra-se em fase posterior da investigação). Para o efeito, GOLDEN-Rom propõe-se:

1) catalogar numa estrutura digital cada referência a romances identificada na literatura espanhola por Goyri e por especialistas posteriores;
2) analisar o uso criativo de citações e alusões a romances por escritores e músicos espanhóis dos séculos XV, XVI e XVII;
3) estudar as diferenças e semelhanças na utilização destes materiais poéticos por escritores portugueses e espanhóis, comparando os inventários de Goyri, Vasconcelos e os contributos de estudiosos posteriores. 

GOLDEN-Rom é financiado pelo programa de investigação e inovação Horizon 2020 da União Europeia, através da Bolsa Marie Skoldowska-Curie (nº 101029346). O seu desenvolvimento está a cargo do investigador Nicolás Asensio Jiménez e conta com a supervisão de Teresa Araújo, investigadora responsável pelo RELIT-Rom. Encontra-se sediado no IELT – NOVA FCSH, em virtude desta unidade desenvolver no plano internacional relevantes estudos sobre o Romanceiro.

*A Idade de Ouro do Romanceiro: ecos das baladas tradicionais na literatura espanhola medieval e moderna

VAST: Values Across Space and Time

VAST – Values Across Space and Time é um projeto de investigação europeu H2020 (Grant Agreement No 101004949) que visa percecionar valores (morais) e investigar a transformação de valores europeus fundamentais, incluindo a liberdade, democracia, igualdade, Estado de direito, tolerância, diálogo, dignidade, através do espaço e do tempo. Com base na análise e sensibilização sobre valores morais, o projeto quer contribuir para o discurso público sobre valores e compreender como os mesmos são percebidos por diferentes públicos.

O projeto tem como objetivos:

A) investigar as coleções existentes de bens imateriais (expressos em diferentes lugares e em momentos significativos da história europeia) e traçar e interligar os valores emergentes nos mesmos, em particular em três áreas: Teatro (centrado no antigo drama grego do século VI a.C.), Ciência (centrado na Revolução Científica e nos documentos de filosofia natural do século XVII) e Folclore (centrado nos contos folclóricos/contos de fadas do século XIX);

B) recolher, digitalizar e estudar como estes valores (encontrados nas narrativas) são comunicados (implícita ou explicitamente) para vários públicos;

C) recolher e digitalizar as experiências dos públicos que são destinatários destas mensagens, como espetadores de teatro, visitantes de museus e alunos/estudantes que participam em atividades educativas.

O projeto aspira a trazer os valores europeus para a vanguarda, utilizando tecnologias de ponta na criação de uma plataforma digital para facilitar a criação de conhecimento continuamente atualizado, combinando a narração de histórias com o crowdsourcing. Através desta plataforma, o projeto ajudará as indústrias culturais e artísticas a reutilizar e redirecionar este material melhorando as suas abordagens de comunicação e a revisitar os valores morais no contexto da sociedade moderna.

Através de técnicas avançadas e ferramentas digitais, o projeto estudará como o significado de valores específicos foi expresso, transformado e apropriado através do tempo, utilizando metodologias e ferramentas tais como ferramentas de anotação, análise de conteúdos, entrevistas, questionários, atividades educativas, etc. O conteúdo, a ser recolhido e digitalizado, será fornecido por académicos, investigadores e profissionais, bem como por um público mais vasto, tais como artistas, curadores, especialistas em contos, espetadores, visitantes de museus, estudantes e o público em geral.

O  projeto integra 4 investigadores pós-doc (Alba Morollon-Diaz Faes, Carla Murteira, Diogo Marques e Natasza Marrouch). A equipa é responsável pela elaboração de vários relatórios e pelo desenvolvimento de metodologias de análise textual, histórica e cultural, a serem utilizadas por todos os parceiros do projeto. Para além disso, foram recolhidos e selecionados contos para posterior análise comparada com recurso à ferramenta de anotação criada pelos investigadores e aplicada a vários materiais. Em 2021 e 2022 a equipa apresentou comunicações em eventos internacionais e submeteu papers científicos para publicação em revistas de referência.

Com início em 2019 e término em 2023, o projeto VAST é um consórcio internacional entre oito parceiros de cinco países: o Centro Nacional de Investigação Científica Demokritos (Grécia), Università degli Studi di Milano (Itália), Universidade Nacional e Kapodistrian de Atenas (Grécia), Universidade NOVA de Lisboa (Portugal), Fairytale Museum (Chipre), Semantika (Eslovénia), Museo Galileo (Itália) e o Festival Atenas & Epidaurus (Grécia). A participação portuguesa é liderada pela investigadora Sara Silva.

No âmbito do projeto já se realizaram as seguintes atividades:
A) testes e questionários online;
B) p
articipação de Diogo Marques na Conferência e Festival Internacional de Literatura Electrónica (junho, 2022);
C) P
articipação de Sara Silva em “Letra a Letra – Jornadas da Literatura Oral e Tradicional” (junho, 2022);
D) P
articipação de Sara Silva na International Society for Folk Narrative Research (ISFNR) Interim Conference (julho, 2022);
D) Primeira reunião plenária presencial do VAST (julho, 2022).

Para o futuro prevê-se:
A) Organização de cursos no âmbito da Escola de Verão NOVA FCSH;
B) P
articipação de Alba Faes no congresso “Return to Animality: theoretical perspectives, cultural approaches and artistic manifestations”;
C) E
studo experimental com biossensores;
D) P
ublicação de um paper no âmbito do projeto Odeuropa.

Bibliografia recomendada:

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The EU values: https://ec.europa.eu/component-library/eu/about/eu-values/.
Joe Edelman, “Human Values: A Quick Primer”, 2018.
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Research for CULT Committee – Teaching common values in Europe, 2017.
Promoting citizenship and the common values of freedom, tolerance and non-discrimination through education, 2017.
Council Recommendation on Common values, Inclusive Education and the European Dimension of Teaching, 22 May 2018.
Tangible and intangible Cultural Heritage, 2014.
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UNESCO (n.d.) Guidelines for the Establishment of National “Living Human Treasures” Systems. Paris: UNESCO.
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DARIAH:
https://www.dariah.eu/
CLARIN ERIC: https://www.clarin.eu/
Europeana: https://www.europeana.eu/portal/
PARTHENOS: http://www.parthenos-project.eu/
Europeana Data Model (EDM): https://pro.europeana.eu/resources/standardization-tools/edm-documentation
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UNWTO Publications, Tourism and the Sustainable Development Goals – Journey to 2030, 2017.
Alexander Osterwalder, Yves Pigneur: Business Model Generation: A Handbook for Visionaries, Game Changers, and Challengers Paperback – July 13, 2010.

Tríptico do projeto aqui.

Escritoras portuguesas no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo em Portugal, África, Ásia e países de emigração

O projeto Escritoras de língua portuguesa no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo em Portugal, África, Ásia e países de emigração resulta de uma parceria internacional, envolvendo o IELT, o CICS.NOVA/Faces de Eva, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e o CRILUS/UR Études Romanes, da Universidade Paris Nanterre.

Visa integrar no património literário a escrita realizada por mulheres, promovendo o conhecimento, a desocultação e a difusão de escritoras que publicaram entre 1926 e 1974, assim como das suas obras, uma vez que, mesmo no que diz respeito ao século XX, o cânone da literatura portuguesa é essencialmente masculino. O contexto social, cultural e político em que emergiu muita da produção destas mulheres aponta para a escrita como um ato de coragem, nalguns casos punido com silenciamento, perseguição ou apagamento.

O projeto assenta em dois pilares distintos, mas complementares:

1) A realização de colóquios internacionais:

– Ver/Rever a Escrita de Mulheres em Portugal (1926-1974), 5 e 6 de março de 2020 (Colégio Almada Negreiros – Campus de Campolide da NOVA FCSH);
– Voir/Revoir l’écriture de femmes au Portugal (1926-1974), 9 de outubro de 2020 (Université Paris Nanterre);
– Maria Judite de Carvalho : les frontières de l’humain face aux débris du monde, 15 de março de 2021 (Université Paris Nanterre);
– Maria Archer: reflexos e reflexões, 24 de janeiro de 2022 (Biblioteca Nacional de Portugal);
– Natália Correia: La voix rebelle (1923-2023), 26 de outubro de 2023 (Université Paris Nanterre et Maison de Portugal André de Gouveia, Cité Internationale).

O volume Escritoras portuguesas no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo, Peter Lang – Bruxelles, publicado em 2023, reúne alguns dos contributos mais relevantes produzidos até à data no âmbito do projeto, cujos resultados foram já apresentados e discutidos nos dois primeiros colóquios. Este volume foi organizado por José Manuel da Costa Esteves, Isabel Henriques de Jesus e Teresa Sousa de Almeida (coord.) e integra a coleção “Mondes de Langue Portugaise”, dirigida por Graça dos Santos.

O volume Maria Archer – Um percurso insubmisso, publicado em 2024, pela Editora D’Ideias, reúne ensaios sobre uma das autoras que integra a base de dados do projeto e complementa o colóquio internacional Maria Archer: Reflexos e reflexões.

No âmbito da “Temporada França-Portugal 2022”, realizaram-se dois outros colóquios internacionais sobre a temática do projeto, da qual receberam o selo, deste modo integrando a programação oficial:

– Femmes écrivaines portugaises pendant da dictature militaire et l’État Nouveau (1926-1974), 24 de fevereiro de 2022 (Université Paris Nanterre);
– Escritoras portuguesas no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo. O cinquentenário de Novas Cartas Portuguesas. Subversão e solidariedade feminista, 13 e 14 de outubro de 2022 (Universidade Nova de Lisboa).

Em ambas as edições foi dado um lugar de destaque às Novas cartas portuguesas das ‘Três Marias’, assinalando o cinquentenário da sua apreensão pela Censura que gerou uma onda de solidariedade por parte das escritoras francesas.

2) A criação de uma base de dados de carácter aberto:

Consiste na catalogação e na análise da produção literária das autoras de nacionalidade portuguesa e/ou de língua portuguesa, oriundas de países africanos, asiáticos, ou de países onde a emigração portuguesa criou focos de língua e de cultura, que publicaram entre 1926 e 1974.

A inclusão de autoras/obras na base foi determinada pelos seguintes critérios:

1. São portuguesas e/ou falantes de português, embora possam ter publicado em outras línguas que não o português;
2. Publicaram durante o recorte temporal definido, isto é, entre os anos de 1926 e 1974 (podendo ter também publicado antes e/ou depois);
3. Publicaram “obra”, concebida apenas enquanto publicação em volume (o que não invalida que tivessem tido outro tipo de intervenção escrita e/ou falada em jornais ou em outros meios de comunicação, feito traduções, etc.). Ou seja, o critério publicação em volume é necessário, mas não exclusivo.

Cada uma das autoras é apresentada numa “ficha de autora”, segundo os campos nela definidos, sendo cada uma das suas obras apresentada individualmente, de acordo com os campos definidos na “ficha de obra”

Esta base constitui-se como um recurso aberto e contínuo de apoio à pesquisa, sugerindo possibilidades de diálogo entre pesquisadores/as. Apela-se, por isso, à colaboração de todas as pessoas que pretendam ajudar a completá-la com novas autoras ou a melhorar o que se apresenta. Devido à extensão da obra de algumas autoras, as fichas apresentadas podem estar incompletas, estando a equipa de investigação a prosseguir o desenvolvimento das mesmas. Neste caso, será dada a indicação “em desenvolvimento” na ficha de autora.

A diversidade e a multiplicidade de fontes e de recursos tornam inviável a apresentação dos conteúdos de um modo inteiramente uniforme, facto a que nos resignamos depois de alguma utopia inicial, em que a julgávamos possível. Um dos campos inseridos “género” colocou algumas questões à equipa pelo carácter híbrido de certas obras. O identificador [NI] significa que competiu ao inventariante a decisão sobre como o preencher. Usámos o campo “observações” para explicitar algumas dúvidas com que nos confrontámos, mas também para completar informação que não cabia em nenhum outro local.

A data de edição de muitas obras não foi encontrada, pelo que considerámos uma “data atribuída” a partir de elementos que tanto podem ter que ver com uma data inscrita pela autora como fim do livro, como pela data de entrada no depósito da biblioteca onde se encontra, como por indicações (nem sempre precisas) inscritas em jornais ou em obras críticas ou, ainda, em outras obras que a elas fazem referência.

Optámos pela utilização das normas APA 6 mas, também aqui, a especificidade de algumas situações nos obrigou a adaptá-las, para que a informação fornecida fosse clara e permitisse uma consulta o mais pormenorizada possível.

A autoria (inventariante) das fichas está assinalada no final da “ficha de autora”, muito agradecendo a todas/os investigadoras/os que aceitam colaborar neste projeto, a quem participa na sua revisão e também às autoras ou familiares que não apenas se disponibilizam para complementar informação, como cedem os direitos de utilização das imagens que figuram nas fichas.

À equipa inicial que concebeu e estruturou os conteúdos da base de dados associou-se uma bolseira de investigação e um conjunto de inventariantes, identificados no separador “Equipa”.

Para possibilitar às/aos utilizadores da base a fruição de textos inéditos ou pouco conhecidos das autoras identificadas foi criado o separador “Textos”, onde se incluem produções literárias que autoras, familiares e investigadores/as nos remetam. O separador “Ensaios” permite a inclusão de ensaios e de notas biográficas que permitem completar a informação sobre as escritoras e/ou a sua obra.

Os contactos com a equipa de investigação fazem-se através do preenchimento de um formulário, alojado no separador com esse título.

O trabalho de levantamento de autoras que cumprem os critérios de inserção na base é muito extenso e constitui, por si próprio, um precioso auxiliar de pesquisa para todos/as que queiram promover e aprofundar o conhecimento das escritoras com obra publicada no intervalo de tempo definido. O separador “Lista inicial” é passível de ser acrescentado através da identificação de mais escritoras, o que enriquecerá os campos de estudo da literatura, da história e dos estudos de género.

A dinâmica de implementação do projeto implicou, para além dos dois pilares já identificados, outras iniciativas de divulgação do mesmo e a criação de redes com instituições e/ou grupos de pessoas. São disso exemplo:

– Cooperação com o Liceu Camões, Lisboa, apoiando o desenvolvimento do trabalho com alunos e com professores, no sentido da exploração temática e pedagógica de algumas das escritoras integrantes do projeto;
– Tertúlia SNOB (livraria e editora) com a periodicidade de 1/mês, visando a partilha do conhecimento de autoras e obras;
– Inclusão de investigadoras de universidades estrangeiras, no sentido de alargar o núcleo chave inicial e de ampliar o conhecimento sobre o projeto;
– Entrevistas concedidas a órgãos de comunicação social com o intuito de fazer chegar o âmbito e os objetivos do projeto ao público em geral.

A presente pesquisa, apoiada pela Fundação Gulbenkian, através da concessão de um subsídio de apoio a projetos de investigação nos domínios da língua e da cultura portuguesas desenvolveu-se, numa primeira fase, quase integralmente durante o tempo de pandemia pelo que as condições em que se efetuou refletiram as dificuldades vividas pela equipa de investigação, nomeadamente na consulta de obras disponíveis em diferentes bibliotecas, mas também nos exíguos ou impossíveis encontros presencias. Prossegue com uma nova dinâmica, contando com o núcleo de investigadores/as que a integram, com uma bolseira de investigação e com a colaboração de uma equipa de inventariantes.

O número de autoras que, para já, esta base apresenta ainda é inferior às autoras que identificámos num primeiro momento da pesquisa e que continuamos a identificar à medida que a mesma avança. Apesar dos constrangimentos, a riqueza da recolha, permite-nos reafirmar a necessidade de recuperar autoras e obras, de estabilizar fontes, de visibilizar urgentemente um autêntico “mundo subterrâneo” em que as mulheres escritoras que, em seu tempo, publicaram, ainda se encontram, apesar dos vários esforços que ultimamente têm sido feitos para lhes dar existência.

Tríptico do projeto aqui.

Espectralidade: Literatura e Artes

 

A missão do projeto Espectralidade: Literatura e Artes é investigar as configurações da espectralidade no cruzamento entre diversos meios de representação

O projeto surgiu do cruzamento de dois movimentos: a criação de um projeto sobre Arte, Media e Espectralidade envolvendo vários membros da equipa do projeto e apresentado à FCT em 2020 e a conceção de um seminário do Mestrado em Estudos Portugueses intitulado “O Fantasma Inquilino” sobre autores portugueses e brasileiros. A convergência e a heterogeneidade destes dois movimentos de pesquisa levaram-nos a criar uma plataforma mais ampla de investigação do tema da Espectralidade em que Literatura e Artes funcionassem de forma integrada.

Os objetivos são:

– Criar condições para que o desenvolvimento das diferentes linhas de pesquisa do projeto, feito com autonomia (em pesquisa individual ou por pequenos grupos), possa ser partilhado e discutido pela equipa através do seminário permanente, que funcionará como laboratório de pesquisa;
– Apresentar os resultados da pesquisa em pequenos colóquios temáticos, organizados com regularidade;
– Envolver investigadores em formação nas atividades do laboratório e em grupos de discussão.

A equipa do projeto é composta pelos investigadores Abel Barros Baptista (investigador responsável), Clara Rowland, Joana Matos Frias, José Bértolo, Amândio Reis, Humberto Brito, Fernando Cabral Martins, Pedro Sepúlveda, Joana Meirim, Joana Mello e Margarida Medeiros.

A espectralidade e a hipótese de um “spectral turn” têm sido objeto de estudo ao longo das últimas décadas sobretudo nos estudos fílmicos, nos estudos de média e na teoria da arte. No entanto, estas explorações são habitualmente desenvolvidas no âmbito de campos de estudo e quadros teóricos específicos e isolados, o que limita o seu alcance. O presente projeto parte da conexão entre literatura e arte para poder trabalhar a questão espectral de forma ampla e transversal.

Tríptico do projeto aqui.

Garrettonline

 

Garrettonline propõe-se disponibilizar a edição crítico-genética digital do Romanceiro de Almeida Garrett, recorrendo a manuscritos autógrafos e ampliando o corpus do editor romântico.

O projeto de editar digitalmente o Romanceiro de Almeida Garrett (1799-1854) teve início em 2013, após uma longa etapa prévia de estudo e análise de todos os testemunhos conhecidos referentes a esta obra legados pelo poeta romântico português. A par das coleções impressas de romances que publicou em vida e das versões, completas ou fragmentárias, estampadas em obras de teatro ou em prosa da sua autoria, Garrett legou um espólio manuscrito abundante (essencialmente constituído por autógrafos), disperso por distintos núcleos documentais localizados em Portugal.

Efetivamente, tanto as características da recensio como o estudo do processo compositivo de cada um dos romances elaborados por Almeida Garrett revelaram uma obra com algumas características peculiares que se podem simplificar do seguinte modo:

1. necessariamente inacabada;
2. materialmente dispersa;
3. composta por poemas narrativos em estádios de elaboração radicalmente distintos e que mantêm relações bastante heterogéneas com as suas fontes, que vão desde a mera tradução criativa de romances de autoria alheia, passando pela recriação romântica da própria lavra de Garrett, e ainda por versões de romances consideravelmente próximas da conjetural tradição oral do século XIX.

Tamanha heterogeneidade obedece a um propósito comum de legitimação e imposição da poesia dita “popular” portuguesa no quadro ibérico, que Almeida Garrett procurou elevar ao mais alto nível, afinal como mais uma das múltiplas faces do se programa estético romântico-nacionalista.

Somando às características do corpus garrettiano os objetivos ambiciosos da própria edição em curso, o digital impôs-se como a única forma viável de “representar” editorialmente esta obra (embora assumindo os conhecidos riscos da instabilidade associada à materialidade digital). Com efeito, parece ser consensual que o conceito de “arquivo” associado aos desígnios das Humanidades Digitais surge hoje significativamente ampliado e como elemento potenciador dos estudos filológicos em geral e das edições críticas em particular.

A edição crítica digital que aqui será disponibilizada futuramente nasceu com um projeto de pós-doutoramento apoiado diretamente pela Fundação para a Ciência e Tecnologia através da concessão de uma bolsa individual em Estudos Literários (2013-2019), contando, desde 2019, com o apoio financeiro de um Projeto de Investigação nos domínios da Língua e Cultura Portuguesas da Fundação Calouste Gulbenkian. A presente edição crítico-genética do Romanceiro de Almeida Garrett tem como objetivos:

– Reproduzir, recorrendo à reconstrução ope ingenii, o último plano editorial conhecido de Garrett para o Romanceiro, que se encontra plasmado na p. XLV da “Introdução” ao II tomo do Romanceiro, em 1851, do qual o escritor só chegou a publicar os dois primeiros livros;
– Proporcionar textos rigorosamente estabelecidos, desígnio que se entende não dever ser exclusivo das edições críticas hiperespecializadas e ainda pouco comuns no espaço cibernético.

A partir da adoção do conceito já longínquo, mas sempre eficaz de “lectura asistida” formulado por Pedro Sánchez-Prieto Borja (2003), possibilitar-se-á ao leitor a escolha entre diversos níveis de leitura, o que converge com a ideia de que a edição pode ser dirigida a vários tipos de leitor. Trata-se de um desiderato que a edição crítica em papel não pode assumir, devido às intrínsecas limitações tecnológicas associadas à sua própria materialidade.

A edificação de edições-arquivo é rara no contexto da tradição filológica portuguesa. Esta edição crítico-genética assenta nesse conceito, mune-se de diferentes ferramentas do âmbito da filologia digital e pretende funcionar como um modelo a replicar noutras obras clássicas do património literário português.

O projeto contou com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian (2019-2021), do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (2014-2020), do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (2020 -) e do Concurso Estímulo ao Emprego Científico Individual da FCT [CEECIND/00058/2018].

A equipa do projeto é constituída por Sandra Boto (investigadora responsável), Pere Ferré, Juan Manuel Escribano, Bruno Ministro, Isa Mestre e Maria Helena Santama (consultora). Entre os parceiros estão o Centro de Investigação em Artes e Comunicação, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundación Ramón Menéndez Pidal.

Publicações produzidas no âmbito do projeto:

Boto, Sandra (2019). “O Espólio Literário de Almeida Garrett: notas em torno dos Documentos 59 a 63 da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e da Coleção Futscher Pereira”. Revista Internacional de Língua Portuguesa Série IV 36 (2019).

Boto, Sandra (2019). “La collatio semiautomática al servicio de la edición del Romanceiro de Almeida Garrett”. In PRAGMÁTICA Y METODOLOGÍAS PARA EL ESTUDIO DE LA POESÍA MEDIEVAL, editado por Josep Lluis Martos; Natalia A. Mangas, 115-126. Alacant, Espanha: Universitat d’Alacant, 2019

Boto, Sandra (2018). “A filologia digital em discussão: o caso da edição do Romanceiro de Almeida Garrett”. In Digital Culture – a State of the Art, editado por Boto, Sandra; Tavares, Mirian. Coimbra, Portugal: Rui Grácio Editor, 2018

Boto, Sandra (2016). “Algumas notas sobre “o sapo negro” no âmbito da ‘edição crítica das obras completas de Almeida Garrett'”

Boto, Sandra (2015). “Almeida Garrett e a tradição antiga”. In Miscelánea de estudios sobre el romancero. Homenaje a Giuseppe Di Stefano, editado por Pere Ferré; Ana Valenciano; Pedro Piñero Ramírez, 95-118. Sevilla, Espanha: Editorial Universidad de Sevilla, 2015     

Bibliografia recomendada:

Boto, Sandra (2018). “A filologia digital em discussão: o caso da edição do Romanceiro de Almeida Garrett”. In Digital Culture – a State of the Art, editado por Boto, Sandra; Tavares, Mirian. Coimbra, Portugal: Rui Grácio Editor, 2018

Tríptico do projeto aqui.